segunda-feira, 7 de julho de 2008

A COISA AMADA.



É tão triste ver
Em tuas palavras
Outrora refulgentes e belas
Melancolia.

Ver-te ao fim de si mesma
Ou mesmo ao de nós
Que em mim não existe.

Esquecer que um dia amou-se
Assim
Impessoal como esse verbo conjulgado
É o que parece sermos
Agora.

O que há, porém, de nunca se desvencilhar de mim
É a ternura
Com que o colo teu
Um dia me encostaste ao peito.

Parece-me, irreversivelmente, um fardo
Ter de escrever.
As mãos trêmulas, além dessas palavras
Não querem nada
Além de seus cabelos
E seus pernas
E seus desejos
Que eu sempre hei de desejar
De amar
Mesmo que…
Um dia seja apenas um poema
Um desses que fiz
E amei sozinho.

Mesmo que não haja mais.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não sabia se lia, ou se chorava.
Aprendi a conciliar na terceira vez.
Poema é com você mesmo.
Até Di.